Um ETF interessante para investir no Brasil GOVE11
Ontem eu estava no site do RI da Grendene (que por sinal é muito bom) estudando alguns dados financeiros e vi lá que tem um simulador. Como alguns sabem, gosto muito dessa empresa e sou sócio desde 2013, o site é esse aqui: http://ri.grendene.com.br/
Dentro do site temos um simulador de investimentos em Grendene, GRND3 e nele podemos colocar alguns outros parâmetros para comparar, como por exemplo o ETF que vou falar hoje.
Vejam bem, eu não defendo o investimento em ETF no Brasil por achar que vale mais a pena estudar e montar uma carteira de ações com empresas que considero boas. Mas isso sou eu. Algumas pessoas podem querer investir em ações APENAS por ETFs no Brasil, pois não tem tempo, ou saco, ou simplesmente não querer montar carteira e acompanhar. Realmente dá um trabalhinho, e se você acha enfadonho e acha que sempre vai achar isso, mas não quer ficar de fora da bovespa, existem dois ETFs que acho possível investir no Brasil: PIBB11 e GOVE11. O PIBB11 tem uma taxa menor (a mais baixa do Brasil) e o GOVE11 cobra 0,5% ao ano do patrimônio do fundo. Ambos são organizados e distribuídos pelo Itaú.
Vamos ver a simulação entre grendene e GOVE11, lembrando que Grendene é uma das melhores empresas que acho para investir na bovespa e que não se compra fundo analisando rentabilidade passada.
Temos 13 anos de análise nesse gráfico. Grendene é a linha azul.
O IGC é o índice que o GOVE11 segue. Como estamos vendo, ele performou bem melhor do que a Grendene isolada ou o BOVA11, que é a vedete de todos os comparativos da renda variável no Brasil com outros ativos financeiros como o IFIX ou a Renda Fixa.
Segue a tabela:
Se você tivesse investido no GOVE11 em 28/20/2004, R$ 5000, teria R$23,3 mil hoje. Na Grendene você teria R$10 mil. O gráfico foi gerado no site do RI da Grendene.
Claro que comparar um ETF com uma ação é uma coisa não muito correta, pois são ativos de naturezas e riscos diferentes, mas muita gente costuma fazer isso. Comprando uma ação isolada você assume um risco enorme esperando ter um retorno enorme. Comprando um ETF com várias ações, você assume um risco pequeno para ter um retorno pequeno, em Finanças essa é a lei do Risco x Retorno. Mas por quê nesse caso o retorno foi tão melhor investindo nesse ETF?
Retirando do site da BOVESPA a descrição do índice IGCT:
Apresentação
O IGCT é o resultado de uma carteira teórica de ativos, elaborada de acordo com os critérios estabelecidos nesta metodologia.
Os índices da BM&FBOVESPA utilizam procedimentos e regras constantes do Manual de Definições e Procedimentos dos Índices da BM&FBOVESPA.
Objetivo
O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
Tipo de índice
O IGCT é um índice de retorno total (ver Manual de Definições e Procedimentos dos Índices da BM&FBOVESPA).
O IGCT é um índice de retorno total (ver Manual de Definições e Procedimentos dos Índices da BM&FBOVESPA).
Ativos elegíveis
O IGCT é composto pelas ações e units exclusivamente de ações de companhias listadas na BM&FBOVESPA que atendem aos critérios de inclusão descritos a seguir.
O IGCT é composto pelas ações e units exclusivamente de ações de companhias listadas na BM&FBOVESPA que atendem aos critérios de inclusão descritos a seguir.
Não estão incluídos nesse universo BDRs e ativos de companhias em recuperação judicial ou extrajudicial, regime especial de administração temporária, intervenção ou que sejam negociados em qualquer outra situação especial de listagem (ver Manual de Definições e Procedimentos dos Índices da BM&FBOVESPA).
O que achei interessante é que o ETF não tem Petrobrás, tem 9% de Vale e tem mais de 106 ações, com destaque para bancos como Itaú e Bradesco que tem um peso maior, e quando olhei as empresas, as boas tem um peso maior. Também vi algumas empresas que considero "ruins" para ser sócio, mas elas tem percentual bem pequeno de participação no fundo.Aqui segue o link para você ver as empresas:
http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/indices/indices-de-governanca/indice-governanca-corporativa-trade-igct-composicao-da-carteira.htm
Seguindo a cartilha do investidor, perdi horas e horas da minha vida lendo livros, vendo vídeos, lendo diversos balanços e análises de duas dezenas de ações da bovespa no Brasil, claro, e perdi bem feio desse ETF. Claro que tenho a alegria e a satisfação de estudar isso, de ver que estou aprendendo e contribuindo para meu crescimento pessoal com isso, mas pra chegar exatamente aonde?
Quanto me custou de investir várias horas nisso?
Eu poderia estar jogando vídeo-game, saindo com a namorada, dormindo, fazendo esporte, estudando coisas técnicas da minha profissão e etc, mas estava envolvido com finanças e bolsas. Tudo isso são escolhas. Quem sabe daqui a 5-10 anos eu não queria começar a comprar apenas o ETF? Não sei. Sinceramente não sei. Vou acompanhar essa situação. Não que eu esteja reclamando, mas é preciso questionar dogmas de vez em quando. É preciso estudar mais a fundo esse índice e o ETF em si (que foi lançado em 2005) e deu um banho tanto no BOVA11 como no PIBB11.
É um ETF que preza a governança, escolhe apenas empresas do Novo Mercado e também seguimento de listagem 1 e 2 (que são piores), nem por isso OGX era horrível e era do Novo Mercado.
Dentre os critérios de ponderação dos ativos no fundo temos:
"Critério de Ponderação No IGCT"
Os ativos são ponderados pelo valor de mercado do “free float” (ativos que se encontram em circulação) da espécie pertencente à carteira (ver Manual de Definições e Procedimentos dos Índices da BM&FBOVESPA). Ressalta-se que a participação dos ativos de uma companhia no índice (considerando todas as espécies e classes de ações ou units que tenham como lastro tais ações da companhia, conforme o caso) não poderá ser superior a 20% (vinte por cento), quando de sua inclusão ou nas reavaliações periódicas. Caso isso ocorra, serão efetuados ajustes para adequar o peso dos ativos da companhia a esse limite, redistribuindo-se o excedente proporcionalmente aos demais ativos da carteira.
Um documento de 5 páginas para você saber a metodologia do índice pode ser baixado aqui em pdf:
http://www.bmfbovespa.com.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A828D29514A326701516E7889C005E1
Enfim, é algo pra se acompanhar.
Quem quer investir em ações no Brasil por meio de ETF poderia considerar estudar esse também, assim como o PIBB11, quem sabe 50% em cada e fica tudo bem.
Segue o de sempre, em ações, GOVERNANÇA CORPORATIVA e RESPEITO ao sócio minoritário são primordiais.
Grande abraço,
Frugal.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCansou de ler balanço hehe.
ExcluirGraham já falava isso em 1940, para um investidor defensivo é melhor aporta em um ETF de baixo custo e boa qualidade.
Para investidor ativo tem de gastar tempo com valuation para talvez ganhar do índice no longo prazo.
O que não pode é se iludir usar estratégia saci Pererê: Uma mistura de ativo & passivo.
Tem de decidir investidor empreendedor ou investidor defensivo.
O primeiro tem de gastar mais tempo com o mercado!
O segundo tem de se focar na renda ativa, apesar que com grandes montantes já sabemos que este lance de se focar no aporte perde sentido.
Boa sorte em sua jornada.
é mestre, por enquanto estou investidor empreendedor, mas nada que daqui a 10 anos eu não possa reavaliar, principalmente depois da IF. Ademais se for pra ter mt trabalho e ter 1% a mais de diferença não justifica as horas perdidas. É incrível como investindo no exterior com menos volatilidade e mais segurança cambial fica tudo muito mais simples.
ExcluirAbraço!
Devido à renda fixa apresentada em titulos aqui no brbr. Tenho uma duvida, qual é a politica de ação no caso de uma crise ? Eles liquidam e passam a operar vendido ?
ResponderExcluirabraço!
Olá João. Não entendi sua pergunta.
ExcluirQuem liquida o quê?
Opa II, não.
ResponderExcluirIVVB11 investe no índice SP500 dos EUA.
o GOVE11 é de ações no Brasil.
Na minha carteira o SP500 compro através do IWDA que é vendido na bolsa de Londres.
Abraço!
Interessante.
ResponderExcluirPróximo semestre vou pesquisar mais, quero aportar em um ETF.
Fala Frugal!
ResponderExcluirOntem eu estava mesmo vendo as tabelas de rendimentos e liquidez de alguns ETFs, pois comecei a escrever um texto que devo postar na segunda-feira. O que me faz ainda a não recomendar a maioria dos ETFs, com exceção da BOVA e PIBB, é a liquidez. Para quem vai fazer uma compra mensal por exmeplo, paga um ágio muito grande. O próprio PIBB, que acho melhor pela taxa, bem menor que o BOVA, tem baixa liquidez. Nao entendo por que o pessoal vai seco em BOVA sempre...
E a GRDN? Tenho essas ações já algum tempo, estou achando que deu uma esticada boa já, P/L subindo. Estou pensando em vender uma parte pela estratégia de alocação. O que me faz repensar isso é a quantidade de grana guardada em caixa que ela tem rsrs
Abração!
Opa amigo, pois é, temos que esperar o número de PF na bolsa subir e por conseguinte a liquidez. Mas acho que esses ETFs tem formador de mercado, então não precisa ter medo de entrar ou sair. Grendene está indo muito bem, eu não venderia nada, coloca o dinheiro novo no que ficou pra trás, eu acho que grendene tem tudo pra ficar com um PL de 15 pra cima, não sei pq ela tem um PL tão baixo ainda.
ExcluirAbraço!
tem que ver II, eu ainda não pesquisei isso. Mas dá pra ver pelo homebroker.
ResponderExcluirEu também II. O spread entre compra a venda pode ser muito alto. Fiz esse comentário de liquidez na postagem sobre Alocação de Ativos que fiz ontem em meu blog.
ResponderExcluirboa dica, nao conhecia. hoje descobri o find11, da uma olhada depois.
ResponderExcluiruma coisa que não entendi bem é como saber se está pagando alto ou não por esse fundo? hoje dei uma olhada, cotação 26,90 mas com spread se paga perto de 30... como saber quanto vale uma cota mesmo?
ResponderExcluirBom dia Frugal!
ResponderExcluirTudo bem?
Ao meu ver o único impasse é os ETFs em comparação com as ações é que não são sujeitos aquela isenção para vendas mensais de até 20 mil reais, como ocorre com ações, sendo tributando em 15% no ato da venda os ETFs, o que após consolidado o "bolo", durante a etapa de retirada, faz uma diferença considerável. Claro que para fazer um "espelho" de um indice, tal como o GOVA11 é bem dificil de se consequir para o pequeno investidor, mas ainda é algo a se considerar. O GOVA11 gera dividendos reinvestidos?
Bom dia Frugal!
ResponderExcluirTudo bem?
Ao meu ver o único impasse é os ETFs em comparação com as ações é que não são sujeitos aquela isenção para vendas mensais de até 20 mil reais, como ocorre com ações, sendo tributando em 15% no ato da venda os ETFs, o que após consolidado o "bolo", durante a etapa de retirada, faz uma diferença considerável. Claro que para fazer um "espelho" de um indice, tal como o GOVA11 é bem dificil de se consequir para o pequeno investidor, mas ainda é algo a se considerar. O GOVA11 gera dividendos reinvestidos?