Biografia do autor do blog



Esse blog é a cópia gratuita em português do site frugalsimple.net para leitores da língua portuguesa.

O objetivo desse espaço é resguardar as memórias de um indivíduo buscando a Liberdade Financeira.

Aqui vou fazer o vivo registro das minhas operações financeiras, livros que leio, cursos que faço, filmes que vejo, além de digressões sobre o comportamento particular do indivíduo.

Nasci na década de 80 numa família pobre, meus pais nem mesmo concluíram o primeiro grau, mesmo assim como muito trabalho e empenho consegui estudar alguns anos numas escolares particulares de bairro, dessas bem simples mesmo, só com filho de pobre, parte do primeiro grau em escola pública, parte do segundo grau em escola pública, e parte numa particular, com a ajuda de bolsa pois eu era um bom atleta e tirava notas boas.

Cresci num bairro violento numa periferia de capital nordestina, onde a gente se divertia jogando bola nas ruas de areia e brincando com bolas de gude, pipa, peão, queimada e várias outras brincadeiras de criança. Diversão era pegar ônibus no fim de semana com 5 reais no bolso e passar o dia na praia só bebendo água e comendo picolé de 10 centavos pra matar a fome, às vezes a gente ia até de bicicleta e era o máximo, dias felizes a 5 reais.


Outra parte da diversão era ir pra locadora de vídeo-game e pagar pra jogar 1 hora ou 2 horas em Mega Drive, Super Nintendo, Playstation, Nintendo 64. Na maioria das vezes eu nem tinha dinheiro pra pagar, ficava sentado atrás dos video-games esperando algum moleque que pagou me chamar pra jogar com o segundo controle. A inocência da infância é uma dádiva.

Retrato do artista quando jovem:



Apesar de minha infância ser desprovida de recursos, fui uma criança feliz, minha criação foi bem barata e não tenho nada a reclamar por isso, muito pelo contrário. Eu e meus dois irmãos sempre gostamos muito de estudar, não por incentivo dos pais, talvez da escola, talvez uma coisa genuína, me sentia orgulhoso em tirar boas notas e ser um bom aluno, não sei como se explica isso, acho que simplesmente acontece.

Vários amigos meus de infância perderam-se nos descaminhos da vida, alguns morreram assassinados, outros foram presos roubando carro e/ou som de carro, outros engravidaram cedo as namoradas e ficaram sem concluir o segundo grau, outros ficaram trabalhando ganhando muito pouco até hoje, outros fizeram faculdade e até estão empregados como professores e ou trabalhando no comércio, etc... fico feliz com o sucesso dos meus amigos e ainda mantenho contato com alguns deles.

Meus pais separaram-se na minha infância, foi muito difícil, o padrão de vida que já era ruim desabou, eu e meus irmãos sofremos muito, meu pai deixou minha mãe com três filhos pequenos completamente na mão e ela ganhava talvez um salário mínimo e ele nem ajudava a gente a contento, era um dinheiro de nada, só ajudava a comprar a comida e olhe lá, até porque ele não tinha mesmo... Ainda conseguimos escapar alguns anos da escola pública por bolsa, e apenas eu me fui na escola pública, que nem era tão ruim assim, e como eu tinha ritmo de estudo consegui continuar seguindo firme nos estudos, mesmo sem saber o que vinha pela frente.



Consegui estudar muito, passar no vestibular (sem cotas) e me formar numa universidade federal, eu não tinha escolha, ou passava ou ia trabalhar no comércio, minha família não ia ter dinheiro nem pra pagar o pior cursinho (já nem tinha pra comer ou transporte direito pois eu andava de bicileta pra todo lado), estudei com livros velhos, usados e riscados que comprei no centro da cidade nessas lojas de livros usados que se chamam "sebos".


A escola onde fiz o segundo e o terceiro ano era muito bacana, meus amigos de lá são ótimos, só gente do bem, de famílias de rendas variadas mas no mínimo moravam bem, tinham dinheiro pra pagar mensalidade e teriam dinheiro pra pagar o cursinho, muitos iam já de carro pra escola, outros iam de ônibus, a minoria, o que me inclui, eu gostava de andar de ônibus, a gente pensa na vida, conhece pessoas, compartilha aquele momento de pobreza mútua, as vezes até sinto saudade disso, lembranças de uma vida que passou e que não volta mais.



Quando eu tinha uns 13-14 anos comecei a gostar de verdade de algumas meninas bonitas do bairro ou da escola fui apresentado a uma coisa chamada Friendzone, é ali onde ficam os betas, os pobres, os raquíticos, os subdesenvolvidos, os tímidos, os feios, os não-populares ou os garotos sem nenhuma habilidade ou capacidade, que não despertam paixões nem admiração nas meninas. A vida amorosa do menino pobre, magro e sem nenhum atrativo em especial é um desastre. Condição essa que perdura até o fim da faculdade, é só pagar pra ver os outros caras pegando geral na sua frente, assim na cara limpa, inclusive meninas que você gosta muito. Não vou amaldiçoar a friendzone da minha vida, talvez sem ela eu não tenha chegado aqui onde cheguei.

Não tenho raiva ou revolta do meu passado, apesar de algumas pessoas acharem que sim, na verdade eu tenho muito orgulho, não aquele orgulho que infla a alma, é só o meu orgulho pessoal, e só meu, e ninguém tem nada a ver com isso.



Eu na Universidade, morando num cubículo, dividindo com amigo, comendo muito macarrão com salsicha e por aí vai (mas o da foto não sou eu):

Depois dos anos de faculdade, 24 anos andando de ônibus, muitas caronas, muito miojo, muitas refeições nas casas de amigos, muitas festas baratas e milhares de horas de intermináveis aulas, estudos em casa, apresentações de PowerPoint, trabalho pra caramba, estágios, trabalhos de peão, aula particular pra se manter, aula em cursinho pra se manter, corrigir prova de aluno pra se manter, coisas que universitários fazem pra se manter e programas baratos, a velha praia com ônibus e 5 reais ainda estava lá, essa é a vantagem de morar numa capital do nordeste, mesmo que você more na PQP você pega um ônibus ou dois chacoalha 1 hora, 1 hora e meia e já tá na praia, com um marzão azul só pra você, na maioria das vezes eu ia sozinho, 10% com os amigos, e uns 5% com alguma paquera ou namorada.

Não ter dinheiro suficiente é muito ruim, é difícil arrumar namorada, sem carro, magro, feio, sem roupas legais, sem nada, pelo menos uma namorada decente era difícil.

Voltando ao assunto, depois de terminar a faculdade, trabalhei mais 3 anos em outra capital MUITO longe da minha casa, trabalhando mais de 100h por semana em vários lugares pra me especializar e fazer minha pós-graduação, eu mal parava em casa, não tinha nem tempo pra gastar o pouco dinheiro que já conseguia ganhar (uns 2-3k), comprei um carro popular pelado por 12 mil reais, em 12 prestações de mil reais, com mais de 10 anos de uso, porque fisicamente não dava pra andar de ônibus devido aos meus horários, e moto eu não andava porque acho que já tinha me ferrado muito na vida pra terminar aleijado, pobre, sem recursos e ainda com a família sem muita renda ou então morto por qualquer irresponsável que esteja andando bêbado num chevette 1986 a álcool.





Eu indo pra escola desde a terceira série do primeiro grau até o final da faculdade, essa era a cena comum que eu via e vivia, basicamente dos 8 aos 24 anos em região metropolitana do nordeste. Assaltos, gritos, brigas e discussões eram lugar comum, assim como a lotação em si, crianças chorando ou vomitando e por aí vai.

Após concluir novamente os meus intermináveis estudos me mudei para o norte do Brasil. Hoje em dia continuo trabalhando mais de 100h por semana, trabalho por duas ou três pessoas, inclusive no período noturno e também nos fins de semana, meus dias são quase os mesmos, dia após dia, sou sócio de uma empresa, estou sempre com um kindle, um ipad ou um computador na mão, leio em média 5 livros ao mesmo tempo utilizando essas três ferramentas, estudo inglês por conta própria, faço cursos on-line de temas variados como Finanças, Mercados Financeiros, Inglês, Filosofia, Investimentos, escuto sempre podcasts no celular e no carro de temas desses que falei acima.



Eu depois de 27 anos de agonia, fome, foras, milhares de horas de estudo e trabalho escravo ou semi-escravo, bicicleta, longas caminhadas, faculdade, pós graduação, especialização, ônibus tarde da noite ou no começo da manhã, suor, desespero, fome, aluguéis atrasados, pindaíba, pindaíba e pindaíbas. Meus primeiros rendimentos foram na ordem de 25 salários-mínimos em uma grande empresa do setor privado.


Gosto de estudar Economia e Astronomia por conta própria também. Enfim nunca paro de ler, estudar, trabalhar e me atualizar diariamente sobre as coisas que gosto, fico bem feliz em me manter produtivo e eficiente.

Esse foi meu breve resumo. Como falei, a vida não foi nada fácil para mim nas três primeiras décadas, mas como muito esforço, estudo, paciência, diligência, trabalho e disciplina estou conseguindo virar o jogo aos poucos. Meu objetivo é conquistar uma renda passiva abundante e um patrimônio sólido que me dêem mais paz e tranquilidade financeira ao longo dos anos vindouros.

Com estratégia e perseverança conseguiremos atingir nossos objetivos.

"Saber muito não lhe torna inteligente. A inteligência se traduz na forma que você recolhe, julga, maneja e, sobretudo, onde e como aplica esta informação."

                                                                              Carl Sagan

Grande abraço a todos,

Frugal.

Comentários

  1. Olá Frugal.

    Confesso que foi um marco em minha vida ter conhecido seu blog. É muito importante tirarmos proveito das situações difíceis que a vida nos impõe. De forma resumida, o que você fez foi tornar o limão uma limonada.
    Acho que já li quase que o blog todo, e existem textos que já cheguei umas três vezes.
    Cara, meus sinceros parabéns por tudo o que vc já conquistou. Sinta muito orgulho de si.
    Att, Lila.

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    Respostas
    1. Oi Lila, obrigado pelas palavras, espero que encontre aqui alguma coisa que lhe ajude na sua jornada pessoal. Um abraço!

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    2. Oi Frugal. Encontrei muita coisa que tem ne ajudado na vida pessoal sim. Estou sem palavras.
      Poderia dizer que foi uma sequência de socos no estômago (no bom sentido), fazendo-me estar mais atenta para a vida real.
      Foi como tomar a pilula vermelha. Abraço. E eu quem agradeço.
      Att, Lila.

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  2. Parabéns pelo seu início de sucesso. Sua história se confunde com outras muitas histórias de brasileiros que saíram do "nada" e hoje mudam a vida de outras pessoas. De certa forma nossa vida só começa a fazer sentido quando damos sentido a vida de outras pessoas!

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